Recentemente, estudos publicados tiveram o objetivo de mostrar que a vitamina C não tem toda a importância que lhe era dada com relação à prevenção e até mesmo a possibilidade de cura de gripes e resfriados. Por outro lado, acabou-se descobrindo que esta vitamina tem a capacidade de reduzir a severidade e a duração dos sintomas, o que a torna uma aliada das defesas de nosso organismo, até mesmo para os casos em que a gripe já se “instalou”. Isso é explicado pela maior rapidez com que reagem os linfócitos, constituintes de nosso sangue e que possuem como principal função a proteção de nosso corpo. Assim, uma gripe que dura até mais que uma semana pode acabar mais cedo.
É verdade também, de que sempre tivemos o costume de associar esta vitamina diretamente ao combate de resfriados, gripes e do escorbuto (doença que provoca inflamação e hemorragia na gengiva levando em alguns casos, à perda de dentes), sem sabermos, qual a sua verdadeira importância para o nosso organismo. O ácido ascórbico, como também é conhecida a vitamina C, é um importante nutriente no combate do envelhecimento e, por agir contra a ação de radicais livres, vem a fortalecer o sistema imunológico contra doenças degenerativas. É ainda um agente quelante natural, protegendo-nos da poluição e das intoxicações por metais pesados, como mercúrio, chumbo e cádmio.
Além disso, a vitamina C tanto estimula nosso organismo a absorver ferro, mineral indispensável ao bom funcionamento das células vermelhas do sangue, tendo papel preponderante nos quadros de anemia, como devido a sua participação na síntese do colágeno, matriz óssea e dentária, é essencial para o crescimento e o desenvolvimento adequado de crianças. Pesquisas realizadas no Brasil e também nos Estados Unidos revelaram novos atributos ao nutriente, como a proteção contra vários tipos de câncer, a diminuição da incidência de catarata e da degeneração macular nos olhos, e a redução de doenças cardiovasculares. Em confirmação a isso, a Associação Americana de Cardiologia relatou que os riscos de problemas cardíacos foram reduzidos em pacientes que consumiam regularmente esta substância, pois ela atuava impedindo o acúmulo de gorduras nas artérias. Em outro momento, apontaram uma relação direta entre baixas quantidades de vitamina C e os casos de úlceras causados por bactérias, fazendo do estômago mais um beneficiado.
O que devemos levar em conta é que, como a vitamina C não é cumulativa, de nada adianta consumirmos grandes quantidades em um dia e ficar a zero no seguinte. Ela deve ser incluída diariamente em nossa dieta, no consumo de vegetais e frutas, em especial os cítricos, ou através de suplementos alimentares que façam este papel. A acerola seguida do caju, manga, goiaba e laranja, juntamente com o tomate e os vegetais de folhas verdes são consideradas fontes alternativas de vitamina C.
Para efeitos comparativos, a acerola possui uma concentração de vitamina 40 vezes maior que a laranja, o que supre, facilmente, a ingestão diária recomendada que é de 45 mg. Além de ser reconhecida por seus altos teores de vitamina C, a acerola contém ainda flavonóides e compostos fenólicos, substâncias que demonstram elevada atividade antioxidante, atuando contra os temidos radicais livres. Boas quantidades de cálcio, ferro, fósforo e de vitaminas A, B1, B2 e B3 também são nutrientes encontrados nesta fruta.
Assim, devemos reformular nossa dieta e hábitos, buscando sempre a ingestão de alimentos ricos em vitamina C. No entanto, nem sempre é possível suprir as necessidades diárias somente pela alimentação, tornando os suplementos alimentares boas opções na obtenção deste fundamental nutriente. Ao ingerirmos as concentrações diárias recomendadas obtemos os benefícios da acerola e consequentemente da vitamina C, fazendo com que tenhamos gradativamente uma surpreendente melhora em nossa qualidade de vida.
Benoni Luis Squizani
Farmacêutico Industrial
Mestre em Tecnologia Farmacêutica – USP
Mestrando em Nutrição Dietética – FUNIBER
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