Até pouco tempo atrás, a dieta para tratamento das dislipidemias se resumia em restrição de alimentos ricos em gordura saturada e colesterol (carnes gordurosas: picanha, contra-filé, cupim, carne de porco, pernil, linguiça, salsicha, embutidos, banha de porco, bacon, vísceras (rim, coração, fígado e etc..), produtos lácteos integrais: leite integral, iogurtes integrais, creme de leite, chantilly, queijos amarelos e etc.). A partir de pesquisas clínicas sobre alimentos, verificou-se que alguns componentes alimentares poderiam desempenhar papéis que vão além da nutrição básica.


A linhaça é um alimento vegetal único que oferece benefícios potenciais para a saúde cardiovascular, pois é fonte importante de ácido alfalinolênico (ômega-3) e de lignanas, uma classe de fitoestrógenos. O teor de ácido alfalinolênico na linhaça (57%) é maior que o de qualquer outra semente oleaginosa, enquanto o de lignana na linhaça é 800 vezes maior que em outros 66 alimentos vegetais avaliados (THOMPSON EU et al., 1991).
Em estudo randômico, duplo-cego e cruzado, comprovou-se que a ingestão de bolinhos e pães contendo 38 gramas de linhaça ou sementes de girassol por seis semanas foi suficiente para reduzir de forma significativa o colesterol (6,9%) e o LDL-C (5,5%) em 38 mulheres hipercolesterolêmicas no climatério.
Apenas a linhaça diminuiu as concentrações de Lp(a) no soro em 7,4% (ARJMANDIBF et al., 1998).
Apenas a linhaça diminuiu as concentrações de Lp(a) no soro em 7,4% (ARJMANDIBF et al., 1998).
Na Austrália, no Reino Unido e na Nova Zelândia, estão sendo comercializados pães com linhaça como terapia alternativa à TRH convencional. Outras pesquisas clínicas serão necessárias para confirmar os benefícios cardiovasculares e os elementos fisiologicamente ativos dessa semente.
Liliana Paula Bricarello Nutricionista, especialista em Nutrição em Cardiologia pela SOCESP e Mestre em Ciências
Aplicadas à Cardiologia pela UNIFESP. Membro da Diretoria do Departamento de Nutrição da SOCESP.
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