Até pouco tempo atrás, a dieta para tratamento das dislipidemias se resumia em restrição de alimentos ricos em gordura saturada e colesterol (carnes gordurosas: picanha, contra-filé, cupim, carne de porco, pernil, linguiça, salsicha, embutidos, banha de porco, bacon, vísceras (rim, coração, fígado e etc..), produtos lácteos integrais: leite integral, iogurtes integrais, creme de leite, chantilly, queijos amarelos e etc.). A partir de pesquisas clínicas sobre alimentos, verificou-se que alguns componentes alimentares poderiam desempenhar papéis que vão além da nutrição básica.
Surgem assim os alimentos funcionais. Segundo o International Life Sciences Institute, alimentos funcionais são aqueles que oferecem à saúde benefícios que vão além da nutrição básica, devido às propriedades fisiologicamente ativas de seus componentes alimentícios (INTERNATIONAL LIFE SCIENCES, 1999). Uma publicação sobre alimentos funcionais da American Dietetic Association enfatiza que os alimentos que têm efeito potencialmente benéfico sobre a saúde, quando consumidos regularmente como parte de uma dieta variada e em níveis eficazes, podem ser chamados de funcionais e incluem os integrais, fortificados, enriquecidos ou beneficiados (AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION, 1999).
Segundo as resoluções 18 e 19 da Vigilância Sanitária brasileira, datadas de abril de 1999, o termo utilizado para definir os alimentos funcionais é: alimentos com propriedades funcionais ou com propriedades de saúde (ANVISA, 1999).
A linhaça é um alimento vegetal único que oferece benefícios potenciais para a saúde cardiovascular, pois é fonte importante de ácido alfalinolênico (ômega-3) e de lignanas, uma classe de fitoestrógenos. O teor de ácido alfalinolênico na linhaça (57%) é maior que o de qualquer outra semente oleaginosa, enquanto o de lignana na linhaça é 800 vezes maior que em outros 66 alimentos vegetais avaliados (THOMPSON EU et al., 1991).
A linhaça é um alimento vegetal único que oferece benefícios potenciais para a saúde cardiovascular, pois é fonte importante de ácido alfalinolênico (ômega-3) e de lignanas, uma classe de fitoestrógenos. O teor de ácido alfalinolênico na linhaça (57%) é maior que o de qualquer outra semente oleaginosa, enquanto o de lignana na linhaça é 800 vezes maior que em outros 66 alimentos vegetais avaliados (THOMPSON EU et al., 1991).
Em estudo randômico, duplo-cego e cruzado, comprovou-se que a ingestão de bolinhos e pães contendo 38 gramas de linhaça ou sementes de girassol por seis semanas foi suficiente para reduzir de forma significativa o colesterol (6,9%) e o LDL-C (5,5%) em 38 mulheres hipercolesterolêmicas no climatério.
Apenas a linhaça diminuiu as concentrações de Lp(a) no soro em 7,4% (ARJMANDIBF et al., 1998).
Apenas a linhaça diminuiu as concentrações de Lp(a) no soro em 7,4% (ARJMANDIBF et al., 1998).
Na Austrália, no Reino Unido e na Nova Zelândia, estão sendo comercializados pães com linhaça como terapia alternativa à TRH convencional. Outras pesquisas clínicas serão necessárias para confirmar os benefícios cardiovasculares e os elementos fisiologicamente ativos dessa semente.
Liliana Paula Bricarello Nutricionista, especialista em Nutrição em Cardiologia pela SOCESP e Mestre em Ciências
Aplicadas à Cardiologia pela UNIFESP. Membro da Diretoria do Departamento de Nutrição da SOCESP.
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